Na manhã da última sexta feira, dia 24, a Câmara de vereadores de Candeias foi palco para discussão de um dos assuntos mais polêmicos na atualidade, “O negro e o seu espaço na sociedade”. Proposta pela vereadora Marivalda Silva, a sessão em homenagem ao Novembro Negro, presidida pela edil, contou com a presença da vice prefeita Márcia Gomes, dos vereadores Gil Soares, Jorge da JM e Val Enfermeiro. O evento contou também com a participação do professor e historiador Jair Cardoso, professor Almir, da professora Glória, Rubens do Malê, dentre outros. O secretário de Educação, professor e historiador Jair Cardoso ministrou uma palestra emocionando a todos. Jair fez um apanhado do negro na sociedade e da perseguição velada que ainda persiste na atualidade. O professor Almir destacou a força do amor na união dos povos. “Hoje sou Candomblecista, mas é o amor que une as pessoas e não a religião. O negro pode ter a religião que ele quiser”, destacou. A Professora Glória Santos enfatizou a importância do reconhecimento do negro do ponto de vista de sua identidade. “Sofri muito preconceito quando criança e foi na dor que descobri a minha identidade. Não podemos perder a nossa essência jamais”, apontou. A vereadora Marivalda destacou o papel do negro na construção de uma sociedade igualitária. “A história do Brasil tem o sangue negro desde a colonização. Foi o negro que ergueu o país com trabalho e dedicação. É essa mesma nação que clama hoje por espaço e igualdade. Essa sessão especial foi de grande valia para reverberarmos a força e a importância do negro para continuidade da evolução do nosso país”, finalizou. Paulo Anunciação, um dos maiores símbolos de resistência do povo negro foi homenageado. Paulo lutou contra o racismo e pela promoção da igualdade racial no Brasil. Ex-vereador de Salvador e ex-deputado estadual pelo PT da Bahia, faleceu aos 60 anos no dia 30 de outubro deste ano. Anunciação foi um atuante sindicalista dos trabalhadores da limpeza urbana da Bahia e um exemplo de incansável lutador social. Numa greve geral, ficou marcada no coração de todos humanistas, a dura repressão praticada contra Paulo pela polícia, que além de espancá-lo violentamente, cortou seus cabelos rastafári.